Figura 1. Vista dorsal do barbeiro Panstrongylus megistus
Figura 2. Visão lateral do barbeiro Panstrongylus megistus
Figura 3. Visão dorsal da cabeça, antenas e pronoto de Panstrongylus megistus
Figura 4. Vista frontal da cabeça e pronoto de Panstrongylus megistus
Figura 5. Cabeça, olhos e ocelos de Panstrongylus megistus
Figura 6. Pronoto e espinhos de Panstrongylus megistus
Figura 7. Aparelho bucal de Panstrongylus megistus
Figura 8. Escutelo e hemiélitros de Panstrongylus megistus
Figura 9. Esternitos abdominais de Panstrongylus megistus
Espécime de percevejo foi coletado em residência no Morro São Caetano, Teresópolis, Porto Alegre, RS, 02/01/2021, e determinado como Panstrogylus megistus (Hemiptera: Reduviidae), pelo Biól. M.Sc. Vinícius Alves Ferreira, entomologista do Agronômica.
Panstrogylus megistus é um inseto hematófago conhecido como barbeiro no Brasil (Figuras 1 e 2) (Gonçalves, 2012; Rodrigues, 2018; UNA-SUS, 2021; Villela et al., 2010). O gênero Panstrongylus é caracterizado pelas antenas que encontram-se inseridas junto à margem anterior dos olhos (Figuras 3, 4 e 5). O barbeiro P. megistus é um inseto preto com manchas avermelhadas localizadas nos lobos posteriores do pronoto (Figura 6), o terceiro segmento antenal é menor que o segundo, e possuem o processo do escutelo curto, arredondado, cônico ou semelhante ao ápice decepado (Figura 8). O formato e o número de segmentos do aparelho bucal (rostro) de um percevejo indica o seu hábito alimentar. Percevejos fitófagos possuem rostro longo de 4 segmentos, já predadores e hematófagos possuem rostros de 3 segmentos, no entanto nos predadores os rostros são robustos e recurvados enquanto que em hematófagos são retilíneos e delgados (Figura 7).
O triatomíneo P. megistus ocorre no Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia e no Brasil (Rebêlo et al., 1998; Coutinho, 2013). A espécie atua como vetor domiciliar na transmissão do Trypanosoma cruzi (Wikipedia contributors, 2021; Coutinho, 2013).
A distribuição do P. megistus obedece a padrão que alia, à área geográfica, a ocupação de biótopos naturais ou artificiais. O primeiro caso, inclui ambiente essencialmente florestal, enquanto que o segundo, compreende aquele constituído pelas habitações humanas e seus anexos (Forattini et al., 1970).
Os gambás (Didelphis sp.) e os cães domésticos foram identificados como principais reservatórios de T. cruzi nos ambientes natural e artificial, respectivamente (Santos Júnior, 2011).
Como saber se o inseto contém o agente do Mal-de-Chagas. Análise das fezes do barbeiro, pois ao sugar o sangue, o inseto provoca uma coceira e, quando o indivíduo toca a região, as fezes – assumindo que esteja cheia do protozoário Trypanosoma cruzi, entra na corrente sanguínea (Biernath, 2016).
Literatura consultada
Biernath, A. 2016. Tudo o que você sabia sobre a doença de Chagas está errado. Veja Saúde. Disponível em: https://saude.abril.com.br/medicina/tudo-o-que-voce-sabia-sobre-a-transmissao-da-doenca-de-chagas-esta-errado/. [Acesso em: 6.jan.2021].
Coutinho, C. B. D. 2013. Caracterização das espécies do gênero Rhodnius Stål, 1859 (Hemiptera, Reduviidae, Triatominae) pelo método do Código de Barras de DNA. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26853. [Acesso em: 6.jan.2021].
Forattini, O. P., Rabello, E. X., Castanho, M. L. S., e Pattoli, D. G. B. 1970. Aspectos ecológicos da tripanossomose americana: I - observações sôbre o Panstrongylus megistus e suas relações com focos naturais da infecção, em área urbana da cidade de São Paulo, Brasil. Rev. Saúde Pública. 4:19–30 Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101970000100004&lng=pt&tlng=pt. [Acesso em: 5.jan.2021].
Gonçalves, R. G. 2012. Guia de triatomíneos da Bahia. UEFS Editora.
Rebêlo, J. M. M., Barros, V. L. L. de, e Mendes, W. A. 1998. Triatominae species (Hemiptera: Reduviidae) in Maranhão State, Brazil. Cad. Saúde Pública. 14:187–192 Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1998000100027. [Acesso em: 6.jan.2021].
Rodrigues, J. M. dos S. 2018. Análise cladística do gênero Panstrongylus Berg, 1879 (Hemiptera, Reduviidae, Triatominae). Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26666. [Acesso em: 6.jan.2021].
Santos Júnior, J. E. dos. 2011. Dinâmica do Panstrongylus megistus nos ciclos de transmissão de Trypanosoma cruzi em áreas de cerrado e mata atlântica no estado de Minas Gerais, Brasil. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/10001. [Acesso em: 5.jan.2021].
UNA-SUS. Aplicativo identifica barbeiro. Disponível em: https://www.unasus.gov.br/noticia/aplicativo-identifica-barbeiro. [Acesso em: 6.jan.2021].
Villela, M. M., Vera Lúcia Cortiço, Casanova, C., e Dias, J. C. P. 2010. Análise da fonte alimentar de Panstrongylus megistus (Hemiptera, Reduviidae, Triatominae) e sua atual importância como vetor do Trypanosoma cruzi, no Estado de Minas Gerais. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 43:125–128 Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s0037-86822010000200004.Wikipedia contributors. 2021. Panstrongylus megistus.
Wikipedia, The Free Encyclopedia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Panstrongylus_megistus&oldid=39260190. [Acesso em: 5.jan.2021].
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How to cite: Ferreira, V. A. Panstrogylus megistus, barbeiro, Morro São Caetano, Teresópolis, Porto Alegre, RS. Agriporticus. Disponível em: http://www.agronomicabr.com.br/agriporticus/detalhe.aspx?id=938. Acesso em: 06 jan.2021 (Atualize a data de acesso.)