Part of the Cotecna Group

Lobesia botrana: praga quarentenária ausente


Ver ampliada

Detelhe das manchas características de Lobesia botrana. Fonte: Maria Victória Ciarla, SENASA, Argentina

Adulto de Lobesia botrana em piso de armadilha



Vista ventral de adulto de Lobesia botrana



Quetotaxia do segmento abdominal A9 de Lobesia botrana



Genitália montada de Lobesia botrana



Detalhe da asa de Lobesia botrana



Detalhe das setas D1_2c, D2 e SD1 no segmento A9 de Lobesia botrana



Presenc¸a de duas setas pre-espiraculares no protórax de Lobesia botrana



Mariposas de Lobesia botrana para material de refere^ncia 



Genita´lia do macho de Lobesia botrana



Curso de capacitação na identificação taxonômica de Lobesia botrana. Porto Alegre, RS, 28/08/2018



Lobesia botrana é uma mariposa da família Tortricidae, comumente conhecida como traça-da-uva. O inseto pertence à mesma subfamília (Olethreutinae) de outras pragas importantes em cultivos de frutíferas, tais como a mariposa oriental Grapholia molesta e Cydia pomonella, tendo sido a última recentemente erradicada no Brasil.

A mariposa L. botrana é originária de Europa e Àsia; no entanto, invadiu o continente americano no ano de 2008, sendo registrada pela primeira vez no Chile. Em 2009 a praga foi detectada nos EUA e posteriormente na Argentina. A presença da praga em regiões de importantes rotas turísticas na Argentina é um dos fatores que contribuíram para a sua disseminação no país, devido ao fluxo de material vegetal associado ao turismo. Além disso, o trânsito de veículos e mesmo de embalagens de regiões com a presença da praga para outras regiões produtoras de uva. Atualmente a limpeza de veículos  empregados no transporte de uva provenientes de regiões com a presença da praga tem sido adotada como medida de controle.

Lobesia botrana é uma importante praga em cultivos de videira em todos os países em que ocorre, mas também está associada a outras culturas como mirtilo e Prunus spp. (SENASA, 2018). A espécie possui um ciclo de vida com 2 a 3 gerações por ano, passando por cinco estádios larvais, pupa e a fase adulta. O número de gerações e a duração do ciclo variam em função de fatores ambientais, os mais importantes são temperatura e fotoperíodo (Thiery & Moreau, 2005). Durante o inverno o inseto entra em diapausa no estádio de pupa e permanece protegida do clima dentro da cortiça da videira (Roditakis & Karandinos, 2001). As lagartas de L. botrana se alimentam tanto das folhas da videira quanto de seus frutos.

Lobesia botrana não ocorre no Brasil, atualmente é feito um esforço para erradicá-la nos países do Cone Sul onde está presente (oficialmente Argentina e Chile) e para monitorar nos países livres da praga. O MAPA atualmente já monitora regiões produtoras de uva no estado do Rio Grande do Sul, utilizando armadilhas tipo delta com feromômio da fêmea, mesma técnica empregada nos países fronteiriços.

O curso de capacitação fez parte do programa oficial do COSAVE para evitar a disseminação da traça-do-cacho da videira, ausente no Brasil, e ocorreu em Porto Alegre, RS, Brasil, agosto de 2018.

Referências

THIERY, D.; MOREAU, J. Relative performance of European grapevine moth (Lobesia botrana) on grapes and other hosts. Oecologia, v. 143, n. 4, p. 548, 2005.

RODITAKIS, Nikos E.; KARANDINOS, Michael G. Effects of photoperiod and temperature on pupal diapause induction of grape berry moth Lobesia botrana. Physiological Entomology, v. 26, n. 4, p. 329-340, 2001.

SENASA. Disponível em: http://www.senasa.gob.ar/cadena-vegetal/frutales/produccion-primaria/programas-fitosanitarios/lobesia-botrana. Acesso em 13 set.2018.

*******

How to cite: Ferreira, V. A.; Batista, F. C.; Marchetti, M. M. Disponível em: http://www.agronomicabr.com.br/agriporticus/detalhe.aspx?id=775. Acesso em: 16 set.2018. (atualize a data de acesso)