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Fusarium Wilt of Coriander caused by Fusarium oxysporum in Vilhena, Rondônia


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Figura 1. Plantas de coentro (Coriandrum sativum, Apiaceae), sem podridão ou outros sintomas nas raízes, murcham. A partir da região do colo se percebe um amolecimento dos tecidos. A quantidade de plantas é visivelmente menor nos canteiros com o problema. Vilhena, Rondônia, março, 2022.

Figura 2. Plantas de coentro (Coriandrum sativum, Apiaceae), sem podridão ou outros sintomas nas raízes, murcham. A partir da região do colo se percebe um amolecimento dos tecidos. A quantidade de plantas é visivelmente menor nos canteiros com o problema. Vilhena, Rondônia, março, 2022.



Figura 3. Plantas de coentro (Coriandrum sativum, Apiaceae), sem podridão ou outros sintomas nas raízes, murcham. A partir da região do colo se percebe um amolecimento dos tecidos. Vilhena, Rondônia, março, 2022.



Figura 4. Plantas de coentro (Coriandrum sativum, Apiaceae), cloróticas. Vilhena, Rondônia, março, 2022.



Figura 5. Planta de coentro (Coriandrum sativum, Apiaceae), murcha, com folhas amareladas ou cloróticas. Vilhena, Rondônia, março, 2022.



Figura 6. Plantas de coentro (Coriandrum sativum, Apiaceae), sem podridão ou outros sintomas nas raízes, murcham. A quantidade de plantas é visivelmente menor nos canteiros com o problema. Vilhena, Rondônia, março, 2022.



Figura 7. Amostras de plantas de coentro (Coriandrum sativum, Apiaceae), Vilhena, Rondônia, março, 2022, embaladas entre folhas de papel toalha, recebidas no laboratório em boas condições de análise. 



Figura 8. Macroconídio de Fusarium oxysporum presente em plantas de coentro (Coriandrum sativum, Apiaceae) com sintomas de murcha e morte. Vilhena, Rondônia, março, 2022.



Figura 9. Macroconídios de Fusarium oxysporum presente em plantas de coentro (Coriandrum sativum, Apiaceae) com sintomas de murcha e morte. Vilhena, Rondônia, março, 2022.



Figura 10. Microconídio em hifa de Fusarium oxysporum presente em plantas de coentro (Coriandrum sativum, Apiaceae) com sintomas de murcha e morte. Vilhena, Rondônia, março, 2022.



Figura 11. Microconídio sem hifa de Fusarium oxysporum presente em plantas de coentro (Coriandrum sativum, Apiaceae) com sintomas de murcha e morte. Vilhena, Rondônia, março, 2022.



Um agricultor de Vilhena, Rondônia, informou que suas mudas de coentro (Coriandrum sativum, Apiaceae), sem podridão ou outros sintomas nas raízes, murcham. A partir da região do colo se percebe um amolecimento dos tecidos. A quantidade de plantas é visivelmente menor nos canteiros com o problema. Canteiros lado a lado contrastam pelo número de plantas, um coberto pela folhagem e o outro com muito poucas plantas. Clorose, acompanhada de murcha, progredindo para morte das plantas. O problema está restrito ao coentro, pois quando ele cultiva alface, almeirão, cebolinha, rabanete, rúcula e salsa nas mesmas áreas, o problema não ocorre. O problema foi bem ilustrado pelos vídeos enviados pelo agricultor.

O engenheiro agrônomo da Secretaria Municipal de Agricultura, Vilhena, Rondônia, Gustavo Nóbrega Lisbôa, coletou material e enviou para o Agronômica. Várias amostras de plantas mostrando sintomas iniciais, intermediários e bem adiantados foram recebidas entre papel jornal, conforme orientação passada para o Eng. Agr. Gustavo, no dia 15/03/2022.

O material foi analisado no Agronômica e a presença de Fusarium oxysporum, fungo que não causa podridão dos tecidos, mas coloniza os vasos do xylema e causa murcha e morte das plantas, foi detectada. Como está associado ao coentro e não tem causado problema em outras culturas locais, conforme relato acima do agricultor, assume-se que seja Fusarium oxysporum f. sp. corianderii, agente causal da Murcha de Fusarium (Vascular Wilt).

O micélio de F. oxysporum contém hifas hialinas, septadas e ramificadas produzindo três tipos de esporos, macrosporos, micrósporos e clamidósporos. O patógeno é basicamente transmitido pelo solo, mas pode ser transmitido por meio de sementes. As toxinas produzidas pelo patógeno reduzem a germinação das sementes e o vigor das plântulas (Khare et al., 2017).

Sintomatologia. As plantas apresentam atrofia e crescimento reduzido com coloração amarela a avermelhada da folhagem. Os tecidos vasculares no caule inferior, coroa e raízes grandes apresentam coloração marrom-clara a laranja-avermelhada. As raízes podem estar apodrecidas. A murcha pode ocorrer e as plantas eventualmente entram em colapso, ficam marrons e morrem (A Pacific Northwest Extension Publication, 2018).

O fungo isolado gera monofiálidas curtas com microconídios unicelulares, ovóides-elípticos, medindo 3,3 a 7,6 × 1,7 a 2,8 µm (média 5,4 × 2,5 µm, n = 40). Os macroconídios produzidos nos esporodóquios são tri-septados, levemente curvos, com uma célula basal em forma de pé e uma célula apical curta, e medem 24,1 a 36,3 × 2,7 a 4,3 µm (média 31,5 × 3,4 µm, n = 40). Os clamidósporos são terminais e intercalares, únicos, em pares, aglomerados ou em cadeias e medem 7,9 a 13,1 µm (média 9,6 µm, n = 40) de diâmetro. Tais características são típicas de Fusarium oxysporum (Gilardi et al., 2019).

Um esforço deve ser feito para evitar a disseminação desse patógeno para outras áreas de produção, particularmente se for de sementes. Sementes e mudas infectadas são as formas mais óbvias de disseminação do agente causal.

Controle cultural  (A Pacific Northwest Extension Publication, 2018)

- Plante sementes livres de Fusarium para evitar sua introdução. Submeta amostras de sementes a laboratório para analisá-las para este fungo.

- Trate as sementes com um fungicida registrado ou água quente para controlar o Fusarium transmitido pelas sementes.

- Evite plantar em solo conhecido por estar infestado com murcha de Fusarium de qualquer cultura.

- Cultive plantas que não sejam da família Apiaceae (evite cultivar cenoura, cominho, salsa, funcho ou erva doce) por vários anos (3 a 5 anos).

- Não plante coentro em anos consecutivos. Uma rotação de 4 a 6 anos pode ajudar a controlar a murcha se a doença aparecer em um campo.

Controle biológico

Aplicar produtos biológicos à base de fungos do gênero Trichoderma nos canteiros.

Referências

A Pacific Northwest Extension Publication (Oregon State University, Washington State University, University of Idaho). 2018. Coriander and cilantro (Coriandrum sativum) - Fusarium wilt. Pacific Northwest Pest Management Handbooks. Disponível em: <https://pnwhandbooks.org/plantdisease/host-disease/coriander-cilantro-coriandrum-sativum-fusarium-wilt>. Acesso em: 24/3/2022.

Ghaghara, A. G.; Rajani, V. V.; Bhaliya, C. M.; Rupapara, M. D.; Jotangiya, K. S. 2020. Efficacy of biocontrol agents against Fusarium oxysporum f. sp. corianderi causing wilt of coriander under in vitro condition. IJCS. 8:2953–2955 Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Chirag-Bhaliya/publication/339733759_Efficacy_of_biocontrol_agents_against_Fusarium_oxysporum_F_SP_Corianderi_causing_wilt_of_coriander_under_in_vitro_condition/links/5e74598d92851c3587599f78/Efficacy-of-biocontrol-agents-against-Fusarium-oxysporum-F-SP-Corianderi-causing-wilt-of-coriander-under-in-vitro-condition.pdf>. Acesso em: 24.mar.2022.

Gilardi, G.; Franco-Ortega, S.; Gullino, M. L.; Garibaldi, A. 2019. First report of Fusarium Wilt of coriander (Coriandrum sativum) caused by Fusarium oxysporum in Italy. Plant Dis. 103:1020 Disponível em: <https://apsjournals.apsnet.org/doi/10.1094/PDIS-10-18-1822-PDN>. Acesso em: 24.mar.2022.

Jat, M. K.; Ahir, R. R.; Choudhary, S.; Kakraliya, G. L. 2017. Management of coriander wilt using biocontrol agents. International Journal of Chemical Studies. 5:523–525 Disponível em: <chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/viewer.html?pdfurl=https%3A%2F%2Fwww.chemijournal.com%2Farchives%2F2017%2Fvol5issue2%2FPartH%2F5-2-95-945.pdf&clen=176174&chunk=true>. Acesso em: 24.mar.2022.

Khare, M. N.; Tiwari, S. P.; Sharma, Y. K. 2017. Disease problems in the cultivation of coriander (Coriandrum sativum L.) and their management leading to production of high quality pathogen free seed. International Journal of Seed Spices. 7:1–7 Disponível em: <http://isss.ind.in/pdf/2017/1.pdf>. Acesso em: 24.mar.2022.

Koike, S.T.; Gordon, T.R. 2005. First report of fusarium wilt of cilantro caused by Fusarium oxysporum in California. Plant Disease 89:1130. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1094/PD-89-1130A>. Acesso em: 24.mar.2022.

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How to cite: Silva, A. S.; Dalbosco, M.; Lisbôa, G. N. 2022. Fusarium Wilt of Coriander caused by Fusarium oxysporum in Vilhena, Rondônia. Disponível em: <https://agronomicabr.com.br/DetalheAgriporticus.aspx?id=2051>. Acesso em: 24.mar.2022. (Atualize a data de acesso.)